Os Músicos de Bremen
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Era uma vez um burrinho que trabalhava duro, puxando carroças pesadas. Com o passar dos anos, começou a se sentir cada vez mais fraco.
Dispensado pelo patrão, o burrinho foi à cidade de Bremen pleitear uma vaga de cantor em uma banda de música.
Já a caminho, encontrou um cão de caça esmorecido, que estava deitado no chão. Então, perguntou:
— Cão, por que está tão triste?
Após um longo suspiro, o cão respondeu:
— Envelheci e não consigo caçar como antes. Por essa razão, meu dono resolveu me sacrificar.
O burrinho contou-lhe sobre seus planos musicais, convidando-o a participar. O cão ficou animadíssimo e seguiu com seu novo amigo.
Alguns minutos depois, viram um gato muito triste e indagaram:
— Gato, qual o motivo de tanto desânimo?
E o felino ronronou:
— Com o passar dos anos, perdi a destreza em capturar camundongos. Por causa disso, minha dona tentou me afogar.
O burro e o cachorro contaram que estavam a caminho de Bremen, que iriam trabalhar como músicos e que o bichano, mestre em serenatas, seria um ótimo parceiro.
O gato adorou a ideia, e os três companheiros seguiram viagem.
Quando o sol já se despedia, encontraram um galo cabisbaixo. Ao perguntarem sobre o que se passava, ele cacarejou:
— A proprietária da fazenda receberá convidados para o almoço e ordenou que o cozinheiro passasse a faca em mim. Escapei, para não parar na panela!
O burro convidou-o para compor o grupo:
— Sua experiência como barítono será muito útil ao nosso quarteto.
O galo apreciou a ideia, e os músicos prosseguiram para a cidade de Bremen.
Como já estava anoitecendo, pararam na floresta para dormir. O galo, no alto de uma árvore, percebeu ao longe uma luzinha a piscar. Era o sinal de que havia uma casa ali por perto. Avisou os colegas, que resolveram verificar.
Pela janela, observaram uma mesa farta e cinco ladrões que comiam e bebiam.
Então, imaginaram um plano para afastarem aqueles homens dali. Com toda a força de seus pulmões, fariam um estrondoso concerto. O alto volume da música quebraria o vidro. Assim, os músicos pulariam a janela e correriam até o centro da sala, para expulsarem os malfeitores.
Dito e feito. Apavorados, os ladrões se levantaram e fugiram. Assim, os quatro amigos se sentaram à mesa e devoraram tudo. Depois, apagaram as luzes e procuraram um lugar aconchegante para dormir.
Passada a meia-noite, os ladrões resolveram voltar. Com medo de fantasmas, o chefe do bando ordenou que somente um deles entrasse.
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Silenciosa e sombria, a casa guardava mistérios… Ao entrar, o larápio, atraído por uma espécie de faísca, aproximou-se dela. Na verdade, eram os olhos do gato.
Sentindo-se ameaçado, o felino avançou e arranhou o rosto do ladrão, que correu até a porta do fundo. O cão, que lá estava deitado, deu-lhe uma mordida na perna.
Aos berros, o ladrão fugiu para o quintal, onde levou um coice do burro. E o galo, assistindo do telhado àquela cena, cantou bem alto.
O ladrão escapou em disparada e disse aos demais que uma bruxa arranhou seu rosto, um homem esfaqueou sua perna, um monstro lhe deu pauladas, e um juiz ordenou que os soldados o conduzissem ao cárcere.
Por isso, os ladrões nunca mais se atreveram a voltar. E os quatro músicos passaram a viver naquela casa e foram felizes para sempre.